Por que métricas individuais não funcionam? | beefor

Por que métricas individuais não funcionam?

Por: 3 de fevereiro de 2025 4Min de leitura

Após alguns anos de validação dos resultados, podemos dizer com toda certeza que olhar para o trabalho em equipe tem infinitas vantagens.
E trabalho em equipe é muito melhor que “cada um por si”, certo?

Vez por outra nos deparamos com gestores ávidos por comparar “produtividade” ou entrega individual buscando punir pessoas que aparentemente entregam menos.
Isso certamente vai desviar o foco de onde os problemas realmente estão. Não é raro vermos excelentes profissionais nessa situação, enquanto alguns jogam o jogo e parecem se sair melhores. Comportamentos que são moldados pela forma que as pessoas são medidas e avaliadas.

Então, quais são as principais razões e ganhos em avaliar a equipe e não a “produtividade” individual?

1. Gera mais Colaboração

O trabalho do conhecimento é colaborativo. Em ambientes ágeis, especialmente em times de alta performance, o valor é gerado coletivamente. A entrega de um produto ou serviço raramente depende de um único indivíduo, mas sim da interação entre diferentes especialistas (por exemplo, desenvolvedores, designers, analistas de negócio, etc.).

Exemplo: Se um desenvolvedor termina um código, mas os testes e a implementação demoram porque os QA’s estão sobrecarregados, medir apenas a produtividade dele não reflete o resultado real do time.

2. Amplia a Visão Sobre o Todo.

Métricas individuais podem gerar comportamentos disfuncionais, como otimizar apenas um pedaço do fluxo de trabalho, sem considerar o todo.

Exemplo: Se um analista de requisitos é avaliado pelo número de especificações que escreve, ele pode priorizar volume em vez de qualidade, impactando negativamente o time de desenvolvimento, gerando backlog excessivo e normalmente sem valor ou desconectado da estratégia.

3. Aumenta a Velocidade e Eficiência Sistêmica

O objetivo de um time ágil é entregar valor ao cliente continuamente e com qualidade, e não apenas fazer tarefas isoladas rapidamente.

Exemplo de Métricas: Lead Time e Cycle Time (tempo desde o início até a entrega de uma funcionalidade), pois refletem a eficiência do time como um todo.

4. Promove Autonomia e Engajamento

Medições individuais podem criar competição interna e minar a cultura de colaboração. Medindo a equipe, incentiva-se a cooperação, aprendizado e melhoria contínua.

Exemplo: No Scrum, o Sprint Goal é compartilhado, e o sucesso ou falha pertencem ao time, promovendo um senso de responsabilidade coletiva e cooperação.

5. Gera Fluxo de Entrega Contínua

No Kanban, por exemplo, busca-se otimizar o fluxo, reduzindo gargalos e aumentando a previsibilidade. Focar no desempenho coletivo permite identificar onde realmente estão os desafios do processo e como a equipe pode se unir para resolver esses desafios e melhorar continuamente.

Exemplo de Métrica : Priorize o throughput (quantidade de itens concluídos pelo time em um período) em vez de medir quantas tarefas cada pessoa finalizou.

Conclusão:

Estes foram apenas alguns exemplos práticos. Certamente as vantagens de promover a maturidade de equipes é incomparável. Porém, é mais complexo e exige mais conhecimento e disciplina. Talvez por isso, alguns ainda optam por olhar apenas atividades individuais.
Medir a equipe em vez do indivíduo alinha métricas à entrega de valor real, evita silos e gargalos, melhora a eficiência sistêmica e fortalece a colaboração.
Isso é fundamental para uma organização ágil e bem-sucedida.